O Museu Treze de Maio é nosso! Suelen Aires Gonçalves
Socióloga e professora universitáriastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
O Museu Treze de Maio, ponto de referência e resistência negra, de história e de cultura, de ancestralidades e de lutas é o tema a nossa coluna da semana. Na perspectiva de contribuir no debate sobre a luta histórica e pelos desdobramentos das nossas últimas colunas. Pois bem, a situação que vamos descrever neste momento não é nada animadora, porém, necessitamos compreendê-la para pensar alternativas coletivas para o nosso Museu Treze de Maio. Começamos relatando algo que muito me entristece, há exatamente seis anos, o nosso Museu Treze de Maio está fechado à comunidade. Espaço esse que, desde 2014, estava sendo um Ponto de Cultura Negro do Rio Grande do Sul, espaço esse que foi um grande espaço de importância e relevância à vida dos movimentos negros locais e a todos aqueles que se somam à luta antirracista. As últimas informações sobre os motivos do seu fechamento e são base da nossa reflexão. E inúmeras perguntas estão aqui para nossa reflexão coletiva.
Em razão do assassinato do engenheiro santa-mariense Gustavo Amaral (jovem negro morto em abril do ano corrente) foi cobrado um posicionamento do parlamento municipal de Santa Maria, no sentido de repudiar o racismo institucional e apoiar a família na luta por justiça para Gustavo. Sendo assim, o movimento Vidas Negras Importam foi convidado para as reuniões da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, cobrando uma agenda antirracista da Câmara de Vereadores, no sentido de enfrentar o racismo estrutural na sociedade e latente nas instituições. Na ocasião foi criada uma subcomissão para tratar dessas temáticas e foi sugerido urgentemente para a Comissão, as pautas Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) criado somente no papel e aprovado pela Câmara, realizada semana passada e Museu Treze de Maio, pois compreendemos o Treze também, como um espaço de organização e articulação das pautas negras em Santa Maria.
Por este motivo, a Subcomissão ligada a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, convida a todos e todas para uma reunião sobre o Museu Treze de Maio, que acontecerá na próxima sexta-feira, 14 de agosto de 2020, a partir das 9h, na Câmara Municipal de Vereadores de Santa Maria, com transmissão ao vivo pela TV Câmara. Tal momento é importante e estratégico para que possamos sanar algumas das questões. Como por exemplo: Quem está na gestão do nosso Museu? Qual é o papel do município para com a preservação e manutenção do Museu comunitário? Por que nosso Museu Comunitário está de portas fechadas?
INTERDIÇÃO
O movimento "Democratiza Treze" apresentou inúmeras questões desde 2014 que vamos explanar aqui em um parágrafo. O museu foi interditado em setembro de 2014 por problemas estruturais pela gestão e Prefeitura Municipal de Santa Maria. E temos um fato que necessita ser apresentado. O mandato da gestão que estava à frente do museu teve término em novembro de 2015. Quem está na gestão desde então? Quem está respondendo juridicamente e politicamente pelo Museu Treze de Maio?
O Museu Comunitário Treze de Maio é de toda a Comunidade. Precisamos estar atentos(as) para que o local esteja novamente de portas abertas ao povo negro santa-mariense. Não podemos silenciar em afirmar que, infelizmente, o espaço não está funcionando, pois está fechado há 6 anos. Pelo respeito à história do povo negro de Santa Maria e à memória de quem partiu antes de nós, lutando pelo espaço de portas abertas a todos, seguiremos!
(colaborou Gustavo Rocha, ativista social e membro do Movimento Negro Unificado (MNU)
Torre de Babel
Silvana Maldaner
Editora de revistastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">A resiliência é a capacidade do indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse ou algum tipo de evento traumático.
Este ano de 2020 parece ser a prova de fogo para uma nova era. O início de um novo ciclo, um novo patamar de relacionamentos, entendimentos e acima de tudo de ressignificar a nossa existência.
Ter resiliência é ter fé. É ter entendimento que por mais agressivo e turbulento que seja a tempestade, vai passar, e depois da chuva, vem o sol. Levando e lavando todas as impurezas e coisas desnecessárias.
Ter resiliência é não responder a ofensas e ataques pessoais, pois a agressividade mostra muito mais sobre a pessoa do que o atacado em si. O ódio e a violência lançada por palavras e ações mostra muito mais a visão de mundo de quem fala, seu conhecimento e amor, ou falta deles, o que carrega dentro de si, o que transborda quando seu copo está cheio, o seu olhar e entendimento da vida. Quando João fala mal de Maria conhecemos muito mais o João do que a Maria.
Ter resiliência é acreditar que todas as máscaras caem, e que a verdade sempre triunfará. A verdade incomoda, a verdade cria animosidades. Para quem não está preparado, cria artifícios para ataques de desmoralização, descaracterização para que a sua ilusão seja mantida.
Somente a verdade é realidade. O sofrimento, a ilusão, a mentira, quando expostas a luz, caem por terra. É tipo dor do parto. Parece que vai morrer, uma dor insuportável, os minutos mais alucinantes, mas quando a vida nasce, tudo vira passado, é esquecido e irrelevante. A magia do amor contagia pela alegria do nascimento e das novas esperanças.
TENTAR DE NOVO
Quando uma criança começa a andar, ela cai muitas vezes. Ela não se preocupa com o que os outros vão dizer, ou acha que tem algum problema consigo, em tropeçar nas próprias pernas e cair tantas vezes. Simplesmente, ela tenta de novo, e alegremente busca seu próximo passo. Isso porque andar é a natureza real da criança e ela não duvida disto. Não perde a alegria mesmo quando cai, ou quando ouve os outros apontando, revelando os seus medos, suas angustias e suas preocupações.
Vamos lembrar da nossa criança interior, que mesmo não sabendo do que vai acontecer amanhã, acredita que pode aprender muito ainda. Este é o ano de aprender a resiliência.